por Márcia Ferreira Silva
"Todas as vezes que
mencionamos a palavra Astrologia, o que aparece mais comumente na mente das
pessoas é algo ligado a uma adivinhação, a uma crença nos astros ou em algo
sobrenatural, como se estivéssemos sob o poder de forças cósmicas e, portanto,
impotentes.
De imediato também
vem uma desconfiança do tipo: "como posso acreditar" nessa idéia
maluca, de que sou influenciado pelos astros?" Como se a questão toda
girasse em torno de se ter ou de não se ter uma crença ingênua.
Na verdade, a
astrologia é um saber muito mais profundo e interessante do que a maneira como
ela é conhecida popularmente e como é normalmente veiculada pela mídia, ou
seja, de uma maneira mais simplificada ou como um entretenimento.
Não se trata de um
raciocínio cartesiano, de causa e efeito: causa = os astros causando algum tipo
de influência; efeito = alteração no comportamento das pessoas.
A astrologia parte
do Princípio da Correspondência, que é um dos Princípios da Filosofia
Hermética, criada por Hermes Trimegisto no Egito Antigo. O Princípio é de que
exista uma correspondência entre o macro e o microcosmos, tendo como premissa
máxima: assim em cima como em baixo. Então, para tudo o que nasceu num
determinado momento e num determinado local existe uma configuração
correspondente, demonstrando como estava o céu naquele exato momento e é
exatamente esta configuração ou Mapa Astrológico que vai nos dar a pista de
como se dá a dinâmica interna daquele indivíduo em questão.
Carl Gustav Jung,
fundador da psicologia analítica, observou essa correlação, entre os fenômenos
psicológicos e os dados astrológicos, o que contribuiu para a formulação da sua
teoria da sincronicidade. Ele definia sincronicidade como "a ocorrência simultânea
de um determinado estado psíquico com um ou mais eventos externos que têm um
significado paralelo com o estado psíquico daquele momento". Jung
compreendia o funcionamento da astrologia exatamente por causa dessa
sincronicidade, isto é, a estrutura psíquica da pessoa que iria nascer estava
"significantemente paralela" às posições dos planetas no céu naquele
momento.
Jung considerava os signos e os planetas da Astrologia como
símbolos de processos arquetípicos que se originavam no inconsciente coletivo.
Mas o que é um arquétipo? A palavra
arquétipo vem de archai= arcaico, antigo e typos= tipos, matriz, portanto,
matriz arcaica. São os fatores humanos herdados há milênios, desde que o mundo
é mundo.
Segundo Jung, arquétipos são uma espécie de
matriz, de raízes comuns a toda a humanidade, das quais emerge a consciência.
São estruturas inatas, ou seja, os conteúdos propriamente ditos do nosso
inconsciente coletivo. Essas disposições humanas levaram eras e eras para se
formar.
Ainda segundo Jung, "arquétipos são a
matéria prima dos nossos sonhos, dos mitos e de tudo o que é criado pelo
homem".
Na linguagem simbólica astrológica, os
arquétipos estariam sendo representados pelos planetas, signos, casas, e pelo
Mapa como um todo. Os planetas e signos simbolizam os impulsos humanos básicos.
Todos nós temos Marte, Vênus ou a Lua no
mapa, ou seja, todos nós trazemos dentro de nós esses arquétipos universais em
potencial. O que vai diferenciar o Mapa de uma pessoa da outra é o fato de uma
pessoa nascer com uma configuração arquetípica específica, que é diferente da
outra: tal planeta em tal signo, fazendo aspecto com determinado outro planeta,
em determinada casa, etc...
Essa configuração específica vai dar a
expressão individualizada ao potencial arquetípico universal."
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