Sentir ou viver no mundo real?
Previsão ou predição? Há uma diferença conceitual em ambos os
vocábulos. Prever é “ver antes ou mais longe”. Embora predição tenha
essencialmente o mesmo significado, implica em verbalizar um vaticínio. Em
ambos os casos, visa descrever um evento ou acontecimento futuro.
Conquanto que os indivíduos não consigam se manter no presente (um
enorme desafio!!!) oscilam a sua atenção ou consciência entre o passado e o
futuro. Como o passado já é conhecido, buscam descortinar o futuro, o amanhã,
independente de quão longe ou perto possa estar. Informação: saber é poder. Em
todas as esferas da vida e em todos os campos da atividade humana, inúmeros
métodos foram desenvolvidos ao longo dos tempos para predizer o futuro.
A meteorologia prevê para evitar catástrofes ou até para fornecer
subsídios para a elaboração de eventos. A economia prevê o desempenho
industrial baseada em curvas e índices complexamente metafísicos. Predizer é,
portanto, o ato de verbalizar a ocorrência de um evento no tempo e no espaço.
Porém, na vida pessoal, poderá parecer curiosidade, pois, “o futuro a Deus
pertence…” ou “somos nós que escrevemos o nosso destino…”.
Os astrólogos da Antiguidade prescrutavam o céu para entender as
mensagens dos deuses deixadas através da linguagem dos planetas, estrelas e
cometas. Cada configuração traz sempre um significado (ou presságio). Há um
sincronismo hermético entre os acontecimentos no céu e aqueles que acontecem em
nosso mundo. Você pode estar rindo desta afirmação, ao mesmo tempo que postula
a sincronicidade junguiana.
Uma abstração mecanicista poderia entender todos os movimentos de nossa
galáxia (apenas para limitar um campo ou espaço) operam como as rodas de um
enorme relógio, com contagens que variam de bilhões de anos a alguns segundos.
Que parte das estruturas complexas de quasares e estrelas, até a molécula de
DNA. A respeito desta última, sabe-se que possui uma memória topológica, que
governa o crescimento do embrião, enviando sinais para que num dado momento
ocorra uma especialização e um órgão ou sistema se forme.
O DNA possui uma série de condicionantes, como a hereditariedade e os
fatores ambientais. Mas também se encontra inserida num mecanismo mais complexo
de relojoaria que é o Sistema Solar e, numa escala além de nossa compreensão,
de nossa Galáxia.
Sob a perspectiva astrológica, predizer é compreender as harmônicas
existentes numa determinada combinação celeste. Trata-se de estabelecer
relações e paralelos com eventos conhecidos para encontrar a direção para onde
converge esta ou aquela vida. Os astrólogos da antiguidade não perguntavam ao
seu consulente “como se sente nesta situação?”… Eles afirmavam que haveria
guerra, que a colheita seria abundante, que um deveria se casar com o outro e
ter muitos filhos. Ou ainda, que A ou B não eram de confiança…
Não acredito no valor e importância de uma predição (ou previsão) que
diga ao consulente que eles se sentirá triste numa dada época se não incluir as
razões concretas para tal. Vivemos num mundo material e é a partir dele que
podemos crescer e nos aperfeiçoar. Portanto, uma predição que parta de premissas astrológicas e referências
celestes, mesmo que não tente mais entender os deuses por meio delas, tem a
obrigação de informar questões eminentemente práticas do tipo:
Cuidado! Acidente, corte no dedo!
Cuidado! Risco de assalto! Proteja a sua casa…
Curta! Compre uma roupa nova e alegre!
Aproveite para estar com seus familiares e colocar as conversas em dia.
Reveja os seus amigos!
Peça um aumento ao chefe…
Informação é poder e os métodos astrológicos para este fim permitem uma
avaliação interessante e ampliada, desde que se empregue as técnicas adequadas
com conhecimento e segurança. Aí dá para sair daquela linguagem de psicólogo
(que me perdoe a categoria…) de apenas ficar sentindo…
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