As cartas astrológicas de Portugal

Diário de uma astróloga – [36] – 10 de Outubro de 2012
por Luiza Azancot - membro nº 15
As cartas astrológicas de Portugal

Ilustres astrólogos e astrólogas portugueses incluindo Fernando Pessoa têm-se debruçado sobre o momento do nascimento de Portugal. A data de 8 de Março de 1143, (calendário juliano), isto é,15 de Março em calendário gregoriano ou actual, em Guimarães, parece ser a mais provável, para marcar o dia em D. Afonso Henriques declarou a independência. 
Quem leu o post anterior sobre a China (http://associacaoportuguesastrologia.blogspot.pt/2012/09/diario-de-uma-astrologa-35-26-de.html) sabe que não é fácil encontrar a carta certa de um país, sobretudo um tão antigo como Portugal. 
Sem desprestígio para o trabalho dos meus colegas, sou demasiado cartesiana para me debruçar sobre “as brumas da memória”. Outro momento importante da história de Portugal foi a Restauração: reza a cronica que na manhã de 1 de Dezembro, por volta das nove horas inúmeros fidalgos introduziram-se no Paço Real, liderados por D. Miguel de Almeida. Entre o início do assalto e a proclamação do novo rei mediou apenas um quarto de hora. A carta do 1 de Dezembro de 1640, às 9.15 em Vila Viçosa onde se encontrava D. João IV, tem uma solida base histórica. Assim como a de 5 de Outubro de 1910 quando D. Manuel II embarcou no iate real e deixou Portugal.Este acontecimento marcou o fim do reino de Portugal iniciado por D. Afonso Henriques. Com vários soluços pelo caminho apesar de tudo vivemos desde então num regime republicano.

Estas duas cartas vistas em conjunto são interessantíssimas e ajudam à compreensão histórica sobretudo através de dois aspectos: a posição da Lua e o eixo dos nós lunares. Na de 1640 a Lua (população) encontra-se no lado esquerdo indicando que o povo não teve qualquer interferência na Restauração. Está em oposição a Júpiter (os nobres e a religião personificada pela Companhia de Jesus). Na carta de 1910 a Lua encontra-se do lado oposto reflectindo o envolvimento popular na implantação da república. Infelizmente está em oposição a saturno (autoridade) o que ajuda a compreender porque aceitou ser dominado por uma longa ditadura. Mesmo convivendo com estes símbolos diariamente, acreditando na validade da astrologia, há momentos que cortam a respiração e a análise do eixo dos nós lunares destas duas cartas foi um deles.

A imagem que visualizei foi a de uma estafeta, o passar do baton. Os nós lunares representam de uma forma sintética o destino, neste caso, de um país. O nó lunar sul referente ao passado e o nó lunar norte ao futuro. Nestas duas cartas o eixo é precisamente o mesmo mas com a direcção invertida. É como se a carta de 1640 dissesse à carta de 1910: “Já fiz o que tinha a fazer, agora é a tua vez de levar para a frente o destino de Portugal”. Outro aspecto que me convence que a estafeta foi passada e que a carta de 1910 tem relevância é a casa 3 habitada por Úrano e assinalada por um círculo. A casa 3 refere-se às estradas de um pais e à maneira como o seu povo guia. Úrano tem uma energia de imprevisibilidade, de rebelai às regras. Os Portugueses, normalmente calmos, ao volante adquirem qualidades uranianas, na forma como ultrapassam, como estacionam, como apitam. 
A nossa rede rodoviária ficou “esquizofrénica” porque passou no espaço de poucos anos de uma condição praticamente rural para uma densidade de auto-estradas (quase vazias) superior a muitos países mais avançados e mais ricos do que nós. Mas a astrologia serve sobretudo para prevenir baseando-se nas lições do passado aplicado à situação actual. 
A carta de 1910 tem uma grande concentração de planetas do lado esquerdo, o que implica que os sectores regidos por estes planetas são atingidos duma forma sequencial, afectando o Pais desproporcionadamente. Neste caso é o trânsito de Saturno que interessa analisar. Saturno, o planeta das restrições, das dificuldades, que ensina dureza, responsabilidade entrou nesta zona mais activa da carta no fim de 2008. 
Durante todo 2012 até agosto de 2013 Saturno por trânsito está sobre o ascendente e a Lua. A carta de 1640,para mim ainda activa, mostra a importância do trânsito de Plutão - planeta da transformação profunda – sobre o ascendente, Júpiter e oposição à Lua durante estes próximos anos. Dado que o Plutão tem uma orbita de 248 anos este transito só aconteceu uma vez no passado, durante o reinado de D. José I sincronicamente com as grandes transformações da sociedade implementadas pelo Marques de Pombal. Saturno tem um ciclo de 29 anos e há mais acontecimentos a ter em conta. 

No próximo post analisarei o que se passou nas anteriores passagens de Plutão e Saturno sobre a Lua (população), Ascendente (identidade nacional, imagem da nação) e nós lunares (destino) e sobretudo que ensinamentos aprender para não repetir a história.

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