Resposta da Aspas, à redação editorial do Jornal Público

enviado email para o Público - Redacção - 07/08/2013

"Exmos/as Senhores/as
Direção Editorial - Barbara Reis e Provedor do Leitor - José Queirós
Jornalistas: João Fernandes e Pedro Russo

Assunto:Artigo desajustado dos jornalistas João Fernandes e Pedro Russo "Debate da Astrologia e Ciência", publicado no Jornal o Público no dia 6/08/2013,

"Exercendo o direito de resposta que a lei nos confere, artigo 24º e 25º da Lei da Imprensa,  como presidente da ASPAS (Associação Portuguesa de Astrologia) gostaria de comentar e contribuir para um melhor esclarecimento dos autores João Fernandes e Pedro Russo, ao referido artigo.

Como ponto prévio informo que este direito não se insere numa perspetiva de defesa de nenhuma pessoa  ou denegrir nenhuma pessoa, instituição ou conceito em particular. Estamos à vontade neste aspeto porque a Sra. Maria Flávia de Monsaraz não pertence aos órgãos sociais desta associação, nem é membro da mesma. Apenas nos move o bom nome, a credibilidade e a honorabilidade deste conhecimento milenar bem como de todos aqueles que contribuem diariamente para que a astrologia se assuma como realidade ao serviço da humanidade, independentemente das palavras que lhe quiserem associar.

Evitarei referir-me à astrologia como "ciência" mas apenas e só para que não seja entendido como provocação. De resto, esta questão não me parece relevante.

Percebo que o que incomodou os autores foi a utilização "abusiva", segundo os próprios, de algo que eles entendem pertencer mais ao mundo da crença que ao mundo cientifico. Dizem os autores que "ciência" pertence à esfera do método cientifico, e como tal, deve apenas ser utilizado por aqueles que o utilizam. Este fundamentalismo, perdoem-me se a expressão é forte, foi sendo moldado ao longo dos séculos. Chegamos ao século XXI, e tudo aquilo que vivemos em milénios da história da humanidade, ainda há quem se arrogue a defender que ciência é aquilo que o método cientifico prova em determinado momento? Então vamos fazendo ciência, ou vamos descobrindo ciência? A ciência vai criando a realidade, ou a ciência vai explicando a realidade? O método cientifico, com toda a validade, mas também com as suas limitações, é o garante daquilo que existe e daquilo que não existe?

Mais inoportunas, no meu entender, foram algumas "colagens" da astrologia a outras realidades como cartomancia, leitura de búzios, entre outras, assim como a utilização da foto no artigo, de cartas de cartomancia e não cartas astrológicas, conforme o titulo assim sugere. Não porque tenha sobre essas realidades qualquer opinião, mas porque simplesmente estamos a falar de realidades diferentes, como qualquer pessoa minimamente informada compreende. Entendo que tais afirmações terão sido feitas para demonstrar a ideia de que há a ciência, e depois há tudo o resto, por igual. Demonstra apenas falta de conhecimento e por isso sem mais comentários.

Relativamente à ideia de que previsões astrológicas podem afetar seriamente a saúde, vida sentimental e financeira das pessoas gostaria de informar o seguinte: A ASPAS tem como principal função a credibilização da astrologia, a certificação do seu código de ética dos profissionais desta área e o fomento com outras áreas do conhecimento porque entendemos que não é com discursos redundantes desta natureza que contribuímos para o desenvolvimento da humanidade. Temos feito um esforço muito grande de integração em organizações mundiais de todas as áreas relacionadas. Temos orgulho de contarmos com membros/associados que se preocupam precisamente com a má utilização da astrologia, infelizmente muitas vezes tratada ao nível de horóscopos superficiais ou métodos divinatórios. Sabermos da profusão de bons e maus profissionais nesta área foi um dos motivos que nos levou à criação desta Associação e creio, estarmos a fazer um trabalho notável a este nível. A preocupação dos autores é a nossa. Não podemos, e um "cientista" sabe bem disso, é tomar o geral pelo particular.

Posso garantir-lhe que a astrologia, como orientação, já ajudou a saúde, a vida sentimental e financeira de muitas pessoas, e falo-lhe da minha experiência pessoal. Acho, perdoe-me a frontalidade, falta de ética e respeito pelos outros pretender transformar a astrologia no bando dos maus, e os "verdadeiros cientistas" (seja lá o que isso for) o bando dos bons. Todos nós, TODOS, já nos defrontamos com profissionais de todas as áreas que atentaram contra a nossa saúde, a nossa vida sentimental e financeira. E ficamos por aqui, pois de resto basta ver as noticias todos os dias para sabermos disto.

Em vez de manipulação mental seria muito interessante descobrir o que se ensina em universidades de todo o mundo, o trabalho de consolidação de conhecimento de muitos cientistas um pouco por todo o lado e as experiências de vidas fantásticas que a astrologia tem permitido a tantas pessoas.

Respeito muito o trabalho dos astrónomos, e as múltiplas descobertas dos últimos anos que têm sido muito importantes para a astrologia.

Para que possamos continuar a respeitar o precioso trabalho de ambas as partes, deixamos um alerta ao acima exposto, de forma a contribuirmos para o esclarecimento de ambas as atividades em prol de uma sociedade bem informada.

Vivemos tempos em que olhar para o próprio umbigo e achar-se o centro do mundo não ajuda nada...

Fica o meu sincero convite.

Os melhores cumprimentos
Isabel Guimarães
Presidente

Comentários

  1. ESPETACULAR A RESPOSTA. FAÇO DESTAS PALAVRAS AS MINHAS :)

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  2. receba as congratulações de oscar quiroga, astrólogo argentino radicado no brasil, pela sua lucidez e firmeza nas respostas.

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  3. Maravilhoso esse texto!
    Adorei! Esse é um dos motivos pelos quais tenho orgulho em pertencer à ASPAS, a sua prontidão, eficiência e profissionalismo. Parabéns Isabel.
    Bjs

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  4. Parabéns à Isabel pela sua argumentação. A generalização é o maior sinal da ignorância. Zarifa Mattar, astróloga brasileira.

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  5. Parabéns, Isabel pela resposta e argumentação. Ana González, astróloga brasileira.

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  6. Credibilizar a astrologia passa por exerce-la com honestidade e aceitar a ignorância alheia... e não por dar "Pérolas a Porcos"...

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