Sagitário e as Viagens


Diário de uma astróloga – [40] – 5 de Dezembro de 2012
Por Luiza Azancot - membro nº 15

Sagitário e as Viagens

O símbolo do Sagitário é um centauro com um arco e flecha a apontar para o céu ou pelo menos virada para cima. Este símbolo tem-se mantido ao longo dos séculos como se pode ver pela iluminura tirada de um Livro de Horas medieval e uma tatuagem contemporânea. O centauro tem uma explicação mitológica de que falarei noutra altura, mas a flecha é importante para o post de hoje. O símbolo usado por astrónomos e astrólogos é também a flecha o que dá uma justa imagem da necessidade principal de Sagitário:  ir mais longe relativamente ao ponto onde se encontra. 



                                                           http://www.zodiac-tatoos.com/Sagittarius-tattoos.html 


Ir mais longe quer dizer explorar: exploração física através de aventuras e viagens, intelectual através de estudos superiores ou espiritual quando metaforicamente nos dirigimos ao céu na procura de Deus. 

Assim o Sagitário é o viajante do Zodíaco e como estamos no mês em que o Sol está nesse signo, apropriadamente li “A Arte da Viagem” de Paul Theroux ,escritor americano que me tem fascinado, entretido e feito sonhar com livros sobre as suas viagens.

Quando me refiro a energia “sagitária” considero não só as pessoas que fazem anos entre 22 de Novembro e 20 de Dezembro mas também às que tem vários planetas em Sagitário, uma casa 9 repleta ou Júpiter,  o planeta que regente este signo e a casa 9,num ponto de destaque no carta natal.

A condição da casa 9 explica que tipo de viajante somos. Com Neptuno em Balança na casa 9,eu sonho com viagens por mar (Neptuno), com cruzeiros em barco à vela onde a beleza e o elemento ar (balança) estão em evidência. Um grande amigo com Mercúrio(planeta da comunicação, escrita e aprendizagem) em Sagitário na casa 9 (dupla dose) depois de ter tido a inspiração de começar um blog a seguir a uma viagem, embarcou recentemente numa viagem intelectual. 

Paul Theroux não tem Mercúrio na casa 9 mas tem Júpitermuito forte em conjunção e no midpointSaturno e Úrano. Esta localização dá-lhe a capacidade de ter uma filosofia de vida e de escrita onde os caminhos trilhados (Saturno) são analisados de uma forma nova, fresca, original (Úrano).

Na “Arte da Viagem”  falou da viajante que mais admira, a irlandesa Dervla Murphy, uma excepcional “sagitária”,  agora com 81 anos mas que fez viagens extraordinárias toda a sua vida e a maior parte delas de bicicleta. Nasceu no dia 28 de Novembro de 1931 numa aldeola no seio de uma família muito modesta. Descreve assim quando e como íniciou a sonhar com viagens: “Quando fiz 10anos os meus pais deram-me uma bicicleta em segunda mão e o meu avô mandou-me um atlas também em segunda mão. Eu jágostava de andar de bicicleta mas nunca tinha tido uma e pouco tempo depois do meu aniversário resolvi ir de bicicleta à India. Nunca me hei-deesquecer o local exacto onde tomei essa decisão, numa colina ingreme perto de Lismore. A meio da subida olhei orgulhosamente para as minhas pernas que pedalavam com esforço epensei que se continuasse a fazer este movimento por muito tempo chegaria à India.”

E aos 31 anos depois de ter tratado do pai e da mãe até ao fim da vida deles, chegou à India; foi sozinha de bicicleta, demorou 6 meses e gastou 64 libras. Escreveu um livro – o primeiro de muitos – “Full Tilt – From Dunkirk to Delhi by bike”. Quando lhe perguntam se é corajosa ela diz que não, que é optimista e explica: “Os optimistas só acreditam nos desastres depois de eles acontecerem, e por isso não são medrosos, que e o contrário de ser corajoso.”



De acordo com rectificação que fiz da sua carta, Dervla é uma fortissima “sagitária” porque tem o Sol, Mercúrio, Marte, Vénus e o Ascendente nesse signo. Júpiter e Neptuno estão na casa 9 por isso sonhou (Neptuno) e realizou (Júpiter) viagens (casa 9) toda a sua vida e foi durante essas aventuras (Sagitário) que se relacionou-se com afegãos, etíopes, madagasquenho sou russos da sibéria (Vénus), teve uma prolífica carreira de escritora (Mercúrio) o que lhe permitiu viver a vida nos seus termos, com autonomia, desafiando as convenções da época (Marte). Viveu plenamente o seu potencial de aventureira (Sol) e conseguiu tudo isto em parte porque encarrou o mundo com optimismo (Ascendente em Sagitário), certa de que a sua flecha iria longe e chegaria ao alvo.





Dervla Murphy jovem durante uma das suas viagens




   


     

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