Diz-me como jogas e dir-te-ei quem és
por - Luiza Azancot - membro nº 15
Um bloguista meu
conhecido publicou em Fevereiro passado um comentário que é agora o título
deste post. Foi a propósito de amigos que se juntavam na sua juventude para
jogar cartas e com a sabedoria que do olhar retrospectivo e a forma como as suas vidas progrediram o autor chegou a esta conclusão.
Nessa altura pensei abordar o assunto sob o prisma astrológico mas a época não
era propícia. Agora é.
O historiador holandês
Johan Huizinga escreveu um livro de referência sobre o jogo “Homo Ludens” (O
Homem Jogador) onde ele define jogar como… “uma atividade livre
conscientemente fora do ambiente habitual, considerada “não séria” mas ao mesmo
tempo absorvendo o jogador intensa e completamente. É uma atividade sem interesse
material e nenhum lucro daí advém. Prossegue dentro dos seus limites de espaço
e tempo de acordo com regras fixas e de uma forma ordenada”.
O grande astrólogo
Robert Hand, também num livro de referência, “Horoscope Symbols” diz que dentro
das áreas de vida simbolizadas pela casa 5 estão incluídas as coisas que
fazemos por si mesmas – não pelo dinheiro, nem impressionar os outros, nem por
amor ou obrigação. Por isso as atividades a que chamamos JOGO são do domínio
da casa 5.
Em astrologia
arquetipal consideramos que os assuntos de cada casa estão ligados às características
do signo correspondente e ao planeta regente desse signo. A casa 5 está
relacionada com as características de Leão e com o Sol. Como durante parte do
mês de Agosto o Sol está em Leão e muitos europeus tiram férias (atividade
também do domínio da casa 5) chegou a altura certa para o meu comentário astrológico.
Além disso durante as férias com os netos americanos estive a jogar Monopólio
com eles.
Quando nos referimos
ao nosso signo referimo-nos ao signo solar objecto de interpretação astrológica
“light” em milhares de jornais e revistas. Mas na astrologia mais séria o
assunto é complicado. O Sol simbolicamente representa o ponto central do
carácter, o nosso diálogo com o ego, a forma e o percurso como nos tornamos um
ente único. É através do Sol que criamos uma identidade pelas escolhas que
fazemos, pela manifestação do quereremos e pela expressão criativa.
Outros pontos do tema
mostram diversas facetas da personalidade, especialmente a Lua e o Ascendente.
A Lua representa aquilo que precisamos para nos sentirmos emocionalmente seguros.
A não ser que tenhamos nascido de madrugada quando o Sol está no mesmo signo do
Ascendente, “what you see is not
what you get”. Usamos as características do ascendente como uma mascara, às
vezes como um mecanismo de defesa, e não mostramos aos outros a essência de
quem somos, isto é o Sol.
Assim como o Sol físico
é o centro do sistema solar em torno do qual giram os planetas, asteroides, satélites,
o Sol astrológico tem uma função integradora da personalidade parecida com a do
chefe de uma banda de vários instrumentos.
Quando jogamos estamos
em pleno mundo solar/casa 5: suspendemos ansiedades e medos, não precisamos de
nada em termos emocionais porque estamos dentro do mundo artificial com regras
e limites e por isso perfeitamente seguro. Não há necessidade de mecanismos
defesa, não queremos impressionar ninguém, podemos ser nós próprios, podemos
exprimir a nossa essência, quem somos realmente, a música que a banda toca. Podemos
exprimir o núcleo, o pontinho do glifo astrológico do Sol.
Mães, Pais, Avós e
Avôs observem os vossos filhos e netos jogarem para terem um vislumbre de quem serão!
Namoradas e namorados
não se deixem levar pelo que os vossos queridos vos dizem, é através do jogo
que eles e elas vos dirão quem são!
Comentários
Enviar um comentário